Dados do Trabalho

Título

CORNEA EM ASPECTO DE LENTE DE CONTATO: QUADRO GRAVE DE CERATITE ULCERATIVA PERIFERICA ATENDIDA NO SETOR DE URGENCIA DO HOSPITAL SAO GERALDO

Objetivo

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente portadora de artrite reumatóide (AR) que apresentou quadro dramático de ceratite ulcerativa periférica (PUK) em olho esquerdo (OE).

Relato do Caso

Paciente de 73 anos, sexo feminino, branca, comparece ao Hospital São Geraldo se queixando de dor em OE de início há 4 meses associado a piora da acuidade visual e hiperemia ocular. Em uso de hidroxicloroquina 400 mg/dia, prednisona 12,5 mg/dia, metotrexato 12,5 mg/semana e ácido fólico 10 mg/semana. Histórico de transplante de córnea em olho direito (OD) há 6 anos após complicação de facectomia. Ao exame, apresentava percepção luminosa em OD e percepção de vultos em OE. À biomicroscopia constatou-se em OD escleromalácia perforans, córnea opaca e atalamia. No OE foi evidenciando escleromalácia perforans e PUK, associada a afilamento corneano 360 graus com risco iminente de perfuração. Foi optado pela internação da paciente para realizar pulsoterapia com metilprednisolona e corticóide tópico. Paciente evoluiu com reepitalização das áreas acometidas em OE, tendo alta e referenciada para setor de córnea e reumatologista.

Conclusão

O surgimento da PUK no curso clínico da AR é sinal de mau prognóstico, pois cerca de 50 % dos pacientes sem terapia adequada morrem em 5 anos do início dessa lesão. Portanto, é importante o conhecimento desta patologia para o diagnóstico precoce e tratamento adequado, visando um melhor prognóstico ocular, qualidade de vida e sobrevida para os pacientes.